Qual o papel da família no tratamento de um dependente químico?

por Tauama de Moraes
CRP 11 - 07100

A dependência química atinge pessoas das mais distintas classes sociais e variadas idades.  Em qualquer um desses casos, a atuação da família agindo como um alicerce para o paciente superar esse momento de turbulência é de extrema importância.

A adicção, afeta drasticamente a vida do dependente e o prejudica em várias esferas da sua rotina, seja na vida profissional ou pessoal. A família também se sente afetada diante dos dissabores provocados pelo vício de um ente querido, contudo, são justamente os familiares que darão os primeiros passos que poderão incentiva-lo a lutar pelo seu processo de recuperação.

É válido salientar que, em vários casos, o dependente nega estar passando por problemas e, dessa maneira, recusa-se a se submeter a qualquer tipo de tratamento ou até mesmo a receber ajuda. Em tais situações a família deve ter uma atuação decisiva, uma vez que são os familiares que estarão aptos a possibilitarem uma internação involuntária.

Neste artigo abordaremos aspectos relevantes que demonstrarão qual o papel da família no tratamento de um dependente químico e esclarecerão algumas dúvidas de como proceder para ajudar de maneira correta um familiar que esteja passando pela triste situação da adicção.

 O QUE É DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID 10), a dependência química consiste em uma reunião de sintomas fisiológicos, comportamentais e cognitivos que se propagam após o consumo da droga, por vezes consecutivas.

Ainda explica a CID 10, o desejo de consumir, bem como a relutância em conseguir controlar o uso, mesmo sendo percebíveis as consequências negativas que a droga irá causar, se tornando essencial e prioritária na sua vida.

É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda com profissionais da saúde qualificados, quando ocorrerem situações nas quais a substância esteja influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou profissionais e as relações pessoais.

COMO POSSO SABER SE MEU FAMILIAR ENCONTRA-SE EM ESTADO DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Alguns dos sintomas da dependência química são:

  • Desejo incontrolável de usar a substância;
  • Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado);
  • Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância).

Sintomas de abstinência:

  • Sudorese;
  • Tremores;
  • Insônia;
  • Irritabilidade;
A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA FAMILIAR 

A família é essencial para fazer com que o dependente químico não se sinta sozinho em um momento tão conturbado. É por meio do apoio familiar que o adicto terá o incentivo para seguir em frente e não se entregar de uma vez por todas ao vício e ir além da sua busca, mesmo quando quiser desistir.

Entretanto, a família deve estar preparada para agir corretamente em todas as situações conflitantes, evitando dessa maneira comentários demasiadamente críticos ao paciente ou agindo de maneira superprotetora, pois essas são duas ações que geralmente desencadeiam as indesejadas recaídas.

Além disso, é indispensável que os familiares tenham uma exata noção do grau de exigências em relação à dependência química, conhecendo melhor a doença e se informando cada vez mais acerca do assunto, tendo também a convicção de que a internação é o melhor e mais eficaz caminho.

A família não só pode, como deve ajudar seu ente querido na busca da recuperação de um problema tão grave, como a adicção. Entretanto, caso venha a atuar como facilitadora e com atitudes inadequadas, poderá ser o ápice, que o levará à recaída de comportamentos, e, certamente, ao uso de substâncias.

Desta forma, observamos que, a família tem um papel tão importante no processo de recuperação do dependente quanto à instituição e seus métodos, pois vem a ser um suporte para o paciente, e a busca solitária pela reabilitação pode acabar em fracasso, recaídas e desistência do tratamento. Ou seja, a família é um ponto de equilíbrio e sustentação.

O QUE A FAMILIA NÃO DEVE FAZER?

Independentemente do motivo que tenha ensejado a dependência, a família jamais deve se envergonhar ou fazer julgamentos, reprovações, muito menos, fingir que o problema não existe.  Este tipo de comportamento apenas fará com que se afaste da realidade dos fatos, dificultando e atrasando a busca adequada de soluções para enfrentar a doença.

Quanto mais rápida for a busca da conscientização para um melhor tratamento e acompanhamento, maiores serão as chances de recuperação do adicto.

O PAPEL DA FAMILIA DURANTE A INTERNAÇÃO

O momento da internação de um dependente químico, sempre traz não só ao próprio dependente, mas, principalmente à família, sentimentos de dúvidas, medo e insegurança.

Afinal de contas, na maioria das vezes, o momento da internação é antecedido por várias tentativas (sem sucesso) de recuperação com o objetivo de evitar uma internação.

Provavelmente, a falta de informação acaba levando as famílias a optarem por caminhos errados, por mais que haja a intenção e a esperança de acertar.

Ao constatar que tudo foi tempo perdido e que não deu certo, inicia-se então, uma intensa e cansativa busca por um tratamento adequado.

Contudo, a família tem um papel de destaque no processo de recuperação do dependente, buscando impedir que o problema avance e auxiliando no tratamento mais adequado para a situação.

A FAMILIA DEVE SER TRATADA JUNTO

No período de internação do dependente químico deve-se ter como um dos objetivos, a conscientização da família sobre a seriedade da doença da adicção.

É nesse a clínica de reabilitação deve também ajudar a família na dificuldade de vivenciar situações tão devastadoras, e, paralelamente, alertá-los sobre a importância da busca de mecanismos de ajuda adequados.

Um quadro de profissionais especializados, equipes multidisciplinares, grupos de apoio que os orientem e possa prepará-los para conviver adequadamente com esta doença fará toda a diferença.  Caso contrário, a desordem estabelecida nesta família se agravará.

E então, deu pra entender um pouco mais sobre o papel da família no processo de recuperação do dependente químico?

Nós da Casa Despertar estamos prontos pra te acolher, ajudar e orientar nesse momento tão importante rumo a recuperação do seu ente querido. Faça-nos uma visita, converse com nossos profissionais e esclareça todas as suas dúvidas.

Aproveite para deixar abaixo o seu comentário e compartilhar conosco um pouco das suas angustias. Quer receber conteúdos exclusivos em seu e-mail? Assine a nossa lista.

Compartilhe esse post

Relacionados

Deixe seu cometário

15 respostas para “Qual o papel da família no tratamento de um dependente químico?”

  1. Avatar Monalisa Carvalho Saldanha disse:

    Olá!Não sei se tenho medo de continuar em um relacionamento com um adicto por ele ter tido sempre recaídas e uma pior que a outra.Ou por saber que ele é adulto e estar sujeito a recaídas.O que devo fazer?

  2. Avatar Carlos Roberto Bruno Teixeira disse:

    Muito importante os assuntos abordados. Deveria dar continuidade a todos.

  3. Avatar Simone Glacia disse:

    Amei o material sobre família…me ajudou muito…

  4. Avatar Simone Glacia disse:

    Amei o material sobre família…me ajudou muito…
    Gostaria que em cada tema postado fosse dado sugestoes de vídeos e filmes ligados ao tema…seria muito bom mesmo…ou indicação de livros tbm…é muito valioso e de hrande ajuda

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Oi, Simone! Obrigada pela indicação. Se você passear pelo nosso blog, consegue ver conteúdos sobre séries e filmes que podem ser muito valiosos. Vamos separar alguns livros também para escrever a respeito.

  5. Avatar Jorge disse:

    Clínica alguma cura o uso de drogas. No máximo desintoxica. Grupo para familiares de usuários ensinam a família a lidar com o dependente. Grupos de usuários realizam um processo lento e longo para que o usuário assuma o compromisso de recuperação. O resto é tirar dinheiro da família, sem nenhum resultado.

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Bom dia, Jorge! A dependência química é classificada pela OMS como uma doença crônica, progressiva e primaria. Ou seja, como doença crônica não possui uma cura fácil, ou não tem cura. Como progressiva, pode se tornar cada vez pior, e como primaria, pode trazer outras doenças com o passar do tempo.

      Embora não seja fácil, nós acreditamos que seja possível, inclusive, aqui na Casa Despertar, muitos de nossos funcionários são ex-dependentes químicos, assim como os diretores. A história da Casa Despertar começa em uma clínica de reabilitação, quando os sócios estavam em tratamento. Fazemos isso porque acreditamos e damos o nosso melhor.

      Nós buscamos sempre pela recuperação e já tivemos sucesso em muitos tratamentos, porém, não podemos garantir a cura. Claro que para conseguir parar completamente o uso é preciso muita força, determinação e ajuda. No entanto, nosso papel é fazer o possível, com uma equipe multidisciplinar especializada e as melhores práticas.

  6. Avatar Claudia disse:

    Muito bom o conteúdo me ajudou muito tudo que e feito com carinho pensando no proximo ajuda realmente clinica não cura mais ajuda sim so saia do vicio quem realmente quer mais que Deus abençoe todos profisional sucessos para vc obrigado

  7. Avatar Pedro Cassimiro disse:

    Nobres colaboradores da Casa Despertar,
    É duro mas é preciso dizer: o pior inimigo de um adicto é a religião.Experiência própria.Eu desafio Deus.Digo: Deus,meu todo Poderoso, você não tem Poder para me dar o primeiro cole.Você tem Poder para me matar, mas não tem poder para me fazer beber a primeira dose.Cada pessoa deve cuidar da sua cruz e não colocar nos costas de Deus. Se queres curar de sua adicção, não seja hipócrita botando nos ombros do Poder Superior. Cuide de sua recuperação como eu cuidei e faço um pacto com Deus como eu fiz:”Deus, mate-me, mas não me dê a primeira dose”.Eis a razão da minha cura de 55 anos de cachaça.

  8. Avatar Maria Luiza disse:

    Meu filho está internado e pede para qdo sair da internação que a gente mude de cidade ou país, o q a família deve fazer?

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Oi, Maria! Infelizmente, mudar de cidade ou país não fará com que a doença desapareça. O correto é trabalhar para adquirir novos hábitos, inclusive, evitar pessoas e lugares relacionados ao vício.

  9. Avatar Aparecido disse:

    Sou um adicto sai estou me sentindo um pouco sozinho após a saída do meu tratamento, todos pensam que e simples, fico na minha é claro,eu sei que a minha vida a partir de agora é e será diferente pois perdi a confiança de todos pois estou morando com a minha mãe não tenho nem a clave do portão para sair, isso me deixa muito incomodado, agora não fico na minha, pois isso que me deixa, pois acredito em mim e no meu poder superior, pois a família não sabe o que sente na verdade por dentro um adicto.

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Aparecido, obrigado pelo seu comentário. Se podemos lhe dar um conselho, abra seus sentimentos para as pessoas que confia e tente ao máximo ficar sóbrio. Sua vida volta ao normal aos poucos, mas depende muito de você.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Avatar Monalisa Carvalho Saldanha disse:

    Olá!Não sei se tenho medo de continuar em um relacionamento com um adicto por ele ter tido sempre recaídas e uma pior que a outra.Ou por saber que ele é adulto e estar sujeito a recaídas.O que devo fazer?

  • Avatar Carlos Roberto Bruno Teixeira disse:

    Muito importante os assuntos abordados. Deveria dar continuidade a todos.

  • Avatar Simone Glacia disse:

    Amei o material sobre família…me ajudou muito…

  • Avatar Simone Glacia disse:

    Amei o material sobre família…me ajudou muito…
    Gostaria que em cada tema postado fosse dado sugestoes de vídeos e filmes ligados ao tema…seria muito bom mesmo…ou indicação de livros tbm…é muito valioso e de hrande ajuda

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Oi, Simone! Obrigada pela indicação. Se você passear pelo nosso blog, consegue ver conteúdos sobre séries e filmes que podem ser muito valiosos. Vamos separar alguns livros também para escrever a respeito.

  • Avatar Jorge disse:

    Clínica alguma cura o uso de drogas. No máximo desintoxica. Grupo para familiares de usuários ensinam a família a lidar com o dependente. Grupos de usuários realizam um processo lento e longo para que o usuário assuma o compromisso de recuperação. O resto é tirar dinheiro da família, sem nenhum resultado.

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Bom dia, Jorge! A dependência química é classificada pela OMS como uma doença crônica, progressiva e primaria. Ou seja, como doença crônica não possui uma cura fácil, ou não tem cura. Como progressiva, pode se tornar cada vez pior, e como primaria, pode trazer outras doenças com o passar do tempo.

      Embora não seja fácil, nós acreditamos que seja possível, inclusive, aqui na Casa Despertar, muitos de nossos funcionários são ex-dependentes químicos, assim como os diretores. A história da Casa Despertar começa em uma clínica de reabilitação, quando os sócios estavam em tratamento. Fazemos isso porque acreditamos e damos o nosso melhor.

      Nós buscamos sempre pela recuperação e já tivemos sucesso em muitos tratamentos, porém, não podemos garantir a cura. Claro que para conseguir parar completamente o uso é preciso muita força, determinação e ajuda. No entanto, nosso papel é fazer o possível, com uma equipe multidisciplinar especializada e as melhores práticas.

  • Avatar Claudia disse:

    Muito bom o conteúdo me ajudou muito tudo que e feito com carinho pensando no proximo ajuda realmente clinica não cura mais ajuda sim so saia do vicio quem realmente quer mais que Deus abençoe todos profisional sucessos para vc obrigado

  • Avatar Pedro Cassimiro disse:

    Nobres colaboradores da Casa Despertar,
    É duro mas é preciso dizer: o pior inimigo de um adicto é a religião.Experiência própria.Eu desafio Deus.Digo: Deus,meu todo Poderoso, você não tem Poder para me dar o primeiro cole.Você tem Poder para me matar, mas não tem poder para me fazer beber a primeira dose.Cada pessoa deve cuidar da sua cruz e não colocar nos costas de Deus. Se queres curar de sua adicção, não seja hipócrita botando nos ombros do Poder Superior. Cuide de sua recuperação como eu cuidei e faço um pacto com Deus como eu fiz:”Deus, mate-me, mas não me dê a primeira dose”.Eis a razão da minha cura de 55 anos de cachaça.

  • Avatar Maria Luiza disse:

    Meu filho está internado e pede para qdo sair da internação que a gente mude de cidade ou país, o q a família deve fazer?

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Oi, Maria! Infelizmente, mudar de cidade ou país não fará com que a doença desapareça. O correto é trabalhar para adquirir novos hábitos, inclusive, evitar pessoas e lugares relacionados ao vício.

  • Avatar Aparecido disse:

    Sou um adicto sai estou me sentindo um pouco sozinho após a saída do meu tratamento, todos pensam que e simples, fico na minha é claro,eu sei que a minha vida a partir de agora é e será diferente pois perdi a confiança de todos pois estou morando com a minha mãe não tenho nem a clave do portão para sair, isso me deixa muito incomodado, agora não fico na minha, pois isso que me deixa, pois acredito em mim e no meu poder superior, pois a família não sabe o que sente na verdade por dentro um adicto.

    • Avatar Tauama de Moraes disse:

      Aparecido, obrigado pelo seu comentário. Se podemos lhe dar um conselho, abra seus sentimentos para as pessoas que confia e tente ao máximo ficar sóbrio. Sua vida volta ao normal aos poucos, mas depende muito de você.

  • Comece agora a mudança na sua vida

    entre em contato com nossa equipe